AS SETE PONTES DE KÖNIGSBERG

A cidade de Königsberg, atual Kaliningrado (Rússia, desde 1946), era cortada pelo rio Prególia, que envolvia duas ilhas e ligava quatro regiões distintas por meio de sete pontes.  Essa configuração urbana despertava a curiosidade dos moradores:

Seria possível realizar um percurso que atravessasse cada uma das sete pontes apenas uma vez, sem repeti-las?

                                                                                    

Figura 1 – As sete pontes de Königsberg

Uma imagem contendo mesa, azul, trem

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Fonte: Foto do Acervo do LEM – UNESPAR/Campo Mourão

Esse problema, aparentemente simples, chamou a atenção do matemático e físico suíço Leonhard Euler, que, em 1736 demonstrou que tal travessia era impossível. Sua investigação deu origem ao que hoje conhecemos como a Teoria dos Grafos.

Euler propôs representar o problema da seguinte forma

  • Cada ilha ou margem do rio foi representada como um vértice (ponto).
  • Cada ponte foi representada como uma aresta (linha ou curva) conectando dois vértices.

Figura 2 – Grafo

O desafio passou a ser: percorrer todas as sete arestas exatamente uma vez, iniciando e finalizando em vértices do grafo, ou seja, desenhar o grafo inteiro sem levantar o lápis do papel e sem repetir caminhos.

  • Ao analisar os vértices, Euler observou uma propriedade fundamental: Sempre que se passa por um vértice intermediário, é necessário que ele esteja ligado a um número par de arestas, uma para entrar e outra para sair.
  • Apenas os vértices de início e de fim do percurso podem ter um número ímpar de arestas, já que um deles será o ponto de partida (sem entrada) e o outro, o ponto final (sem saída).

No entanto, o grafo que representa as sete pontes de Königsberg, nenhum vértice possuía grau par (grau igual ao número de arestas ligadas ao vértice). Todos os quatro vértices tinham grau ímpar o que torna impossível a realização do percurso desejado.

O raciocínio de Euler não apenas desmentiu a lenda urbana de que seria possível atravessar todas as pontes sem repeti-las, mas também fundou a Teoria dos Grafos, um campo matemático com aplicações em diversas áreas, como:

  •  Rotas de transporte;
  • Redes de comunicação;
  • Organização de dados e algoritmos computacionais.

Essa lógica é aplicada ainda hoje em jogos matemáticos, que desafiam os participantes a resolver problemas de percurso e de otimização de caminhos.

 

Referência

ARAÚJO, Adérito. As pontes de Königsberg. Departamento de Matemática da Universidade de Coimbra. Disponível em: https://periodicos.unesc.net/ojs/index.php/sulcomp/article/view/2072/1963. Acesso em: 30 jul. 2024.


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